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segunda-feira, 1 de julho de 2013

COLECIONANDO BONS PERSONAGENS

No palco, Contini atua com Juliana Baroni
Trabalho demais nunca matou um artista. Isso o fortalece, aumenta seu talento. Colecionar personagens que valham a pena faz muito bem! Um desses colecionadores é ALEXANDRE CONTINI, que atualmente anda em cartaz com R&J de Shakespeare, às terças e quartas, 19:30, no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura, no centro do Rio de Janeiro; dia 9, estreia Escravas do Amor, também nos mesmos dias, às 21 horas, no Teatro dos 4, Shopping da Gávea. Tem, ainda, filme no currículo, Ópio! É... Esse multiartista conta isto direitinho à gente. Vamos conferir?

IZAN SANT – Teatro e televisão são seus amores, mas e o cinema, agora, como corre em suas veias, exatamente?
ALEXANDRE CONTINI O Cinema ainda é uma paixão platônica, faço muito menos do que gostaria. O teatro é o meu sustento. Mas todas as experiências que tive com cinema foram tão arrebatadoras que hoje tenho certeza que em algum momento da minha carreira me dedicarei mais a esse veículo. Inclusive na direção.
Alexandre Contini vive um personagem forte em Ópio
  
IS – De que maneira surgiu o convite para o Ópio, que já está dando o que falar?
AC Em 2010 o diretor do filme, Allan Souza Lima, entrou em contato comigo para terminar um roteiro que ele tinha para um curta-metragem. Eu aceitei o trabalho e me distanciei do projeto, sempre por conta do teatro; dois anos depois ele entra em contato e me oferece o personagem que eu mais gostava na época da criação. Não tinha como pensar, era acertar as datas e fazer.

IS – Seu personagem, conta um pouco sobre ele. Sabemos que é um personagem forte!
AC É um homem com pouco a perder na vida, por isso ele se envolve e se entrega às ocasiões rotineiras com muita intensidade, chegando a incomodar as pessoas. Nesse roteiro ele resolve analisar o modo como as pessoas veem Deus, as religiões de uma forma desagradável e ofensiva. E em tempos de pregadores extremamente exaltados que temos por aí, meu personagem chega a ser um anti-falsos profetas!
Contini é puro teatro e vida

IS – E você fez laboratório, para poder compor  o personagem?
AC Sim, fui a diversos tipos de igrejas, a cultos, centros, li muito sobre as religiões, encontrei muitas semelhanças, as divergências são ridículas. A partir disso, eu atribuí essas características ao personagem para os ensaios com o elenco. Nessa outra, fase tivemos jogos dramáticos bem pesados, de que normalmente eu não gosto, mas, sem dúvida, resultou no set de filmagem.

IS – Do cinema ao teatro! A gente quer saber sobre as peças.
AC Estou em cartaz agora com “R&J”, de Shakespeare, um Romeu e Julieta interpretado por 4 homens (foto acima). Fiz parte do processo de criação, fui assistente de direção dois anos atrás. E hoje, depois de todo o sucesso da peça pelo Brasil, divido o personagem com o Felipe Lima, que está no ar em “Sangue Bom”.
Atuar, para Contini, é uma brincadeira levada bem a sério
  
IS – Já há algum projeto para depois?
AC – Eu estréio agora em julho, simultaneamente com o “R&J”, o espetáculo “Escravas do Amor”, no Rio,  um espetáculo que já venho fazendo há dois anos. Será um luxo na minha trajetória fazer um Shakespeare e um Nelson Rodrigues ao mesmo tempo. Eu estou muito feliz.

IS – Vamos terminar diferente. Completando a frase: Atuar é como se fosse...
AC ...Uma brincadeira responsável; como um nado sincronizado, uma troca de energia... mas nada mais é que Contar uma História.


Fotos: ARQUIVO PESSOAL AC.



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