O BOM MOÇO DAS ARTES

Do signo de Sagitário, ele acredita na canção
e na atuação como redenções para a vida
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Em Caras & bocas RODRIGO ANDRADE viveu o cozinheiro Téo, um cara que tinha sempre a resposta na ponta da língua, vivia brigando com a Bianca (Isabelle Drummond), mas que, na hora dos fuzuês, sempre a socorria! Meio revolucionário, este não foi o primeiro personagem de televisão do ator-cantor; ele também viveu, além de alguns mocinhos, o mau-caráter Inácio, na novela Ciranda de Pedra e um personagem com desvio de personalidade no Linha Direta. Haja talento!, e como O Rebate não podia desperdiçar um sucesso desses, em nossa NOVA ENTREVISTA você confere as sábias palavras desse rapaz que é mais que um bom moço nos palcos – é um Senhor Ator!
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Atuar e cantar, o que lhe dá mais prazer? 
Bom, prazer tenho pelos dois, são coisas que amo fazer. Na verdade sou um cantor que virou ator, não ator que virou cantor, como é mais comum. Gosto muito de cantar, mas acredito que os dois têm formas diferentes de dar prazer, não sei dizer de qual gosto mais. Sou apaixonado pelos dois, cantar e atuar, acho que é 50%.
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Arte, para você, significa...? 
Coisas positivas. A arte muda muito as pessoas, muda o caráter, muda tudo na vida delas. A gente vê pessoas que têm tudo para ir para um caminho que não é legal, errado e a gente vê que elas acabam, através da arte, mudando o seu jeito de ser, ao entrar no teatro, no cinema... Fica redimida. Tem gente que começa a pintar e descobre outras emoções, sensações, as quais nunca viveram antes e acaba pegando isso como refúgio e, consequentemente, acaba vivendo disso, né? Conheço vários pintores, atores que já saíram de um caminho que não é legal por conta da arte. Assim como no esporte também.
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E o Téo, que começou meio de leve em Caras & bocas e acabou, por mérito, ganhando um espaço considerável. Diz, como foi interpretá-lo?

Uma delícia, foi um presente que ganhei. Ele entrou mesmo de uma maneira bem sutil na trama, com a novela já acontecendo, com ritmo, já bombada... e foi um desafio bacana para eu conseguir entrar no tom certo, com a novela caminhando. Pude fazer muita coisa legal. O Téo era doido, carinhoso, estressado, amoroso, brigão, mal-humorado, tudo ao mesmo tempo, então, para a gente como ator, é um presente receber personagens assim, em que dão para usar vários tipos, várias sensações e várias emoções diferentes, dentro de um personagem só.
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Uma novela e um novelista! 

Quanto a novelas, não tem como não falar de “Caras & bocas”, que foi um divisor de águas na minha vida. Fiz participações em outras novelas já, mas “Caras & bocas” foi a que marcou. Gosto muito Walcyr, e tem autores com os quais me identifico mais, e é até complicado falar isso porque, daqui a pouco, vou trabalhar com outros, mas gosto muito do Gilberto Braga, do Walcyr, do Benedito Ruy Barbosa, adoro novela rural: me remete à minha infância, às coisas do interior, ao que passei, na forma como ele escreve. Mas só posso te dizer os autores que conheço da Globo, e nela não conheço nenhum com quem eu não gostaria de trabalhar.
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O texto do Walcyr Carrasco é...? 
Genial. O Walcyr é um gênio, escreve de uma maneira poética e, ao mesmo tempo, realista. É genial, não tem outra palavra.
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Um livro de cabeceira! 
Recentemente comprei um livro chamado “Cemitério de pianos”, que é de um inglês de quem não lembro o nome agora, mas que parece ser bem interessante. O último livro que li foi “Anjo de quatro patas”, do Walcyr, que ele me deu de presente. Li o livro e terminei de ler chorando, porque o texto é lindo, é algo que vale a pena ler, é um texto bem interessante, é emocionante... é uma história dele com o cachorro dele. E até recomendo.
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Filme e ator, ou atriz, favoritos! 
Sou megafã do Marlon Brando. Um filme dele que acho legal é “Uma rua chamada pecado”, adoro. Gosto muito do James Deen também, embora ele tenha feito só três filmes na vida... mas nesses três filmes, a maneira como ele interpretava era única. É um discípulo de Marlon Brando, né? Foram amigos, acho os dois geniais.
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Uma paixão! 
Minha família, meu trabalho, fazer as coisas de que gosto, estar com meus amigos. São essas as minhas paixões.
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Comida predileta! 
Frango caipira com arroz e quiabo. (Risos gostosos.) Adoro.
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Onde é melhor atuar, no teatro, no cinema ou na televisão? 
Em cinema eu tenho pouca experiência, fiz poucos curtas. Teatro, já fiz bastante, em televisão fiz algumas coisas. Então, é diferente, no teatro a gente tem uma resposta imediata do público, sente na hora aquela vibração, a energia do povo que nos assiste. Na televisão, a gente nem vê o trabalho pronto, depois de editado, mas é um mundo mágico, você pode tudo ali. No teatro também, mas de uma forma diferente. E estar no estúdio é uma delícia, gosto muito de produzir, de editar... edito, filmo, monto curtas, mesmo de brincadeira, com os amigos. Na Globo, sempre que estou de bobeira, fico com o pessoal da edição, que são meus amigos... vou à suíter, vejo a galera dirigindo da suíter, fico na câmera... É um mundo que me fascina muito.
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Rodrigo Andrade por Rodrigo Andrade! 
Um cara do Bem, altoastral, que não conhece muito o mau-humor. Tento ser a melhor pessoa, na medida do possível, sempre tentando somar, não diminuir. E quem quiser somar comigo, vamos lá, vamos todos crescer juntos, uma mão lava a outra e as duas lavam o corpo.
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Um sonho! 
Poder viver bem com a minha família com saúde e poder curtir a vida como já curto. Mas também tenho alguns sonhos materiais, o de ter uma fazenda, o sonho de me realizar, me consagrar como cantor, como ator, de uma maneira maior, de conquistar o meu espaço com honestidade, dignidade, na música e no teatro. E, como ator, conseguir quebrar alguns paradigmas, que as pessoas dizem hoje que um ator não pode ser cantor e de que um cantor não pode ser ator. Acredito que se pode levar os dois muito bem, fazendo muito bem os dois.
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Uma mensagem aos seus fãs, às pessoas que admiram seu trabalho?
Quero agradecer a todos que mandam cartas para a Globo, aos que mandam mensagens via Twitter... Só tenho a agradecer, porque sou uma pessoa que saí do nada, de família bem simples, do interior do interior. E a mensagem que tenho a passar é que você sempre acredite em você. Essa mensagem é do Ayrton Senna e foi muito válida na minha vida por um bom período; ele dizia o seguinte: “Não importa sua classe social, do nível mais alto ao mais baixo, não importa sua cor, raça ou etnia, porque, quando você faz uma coisa com amor, com dedicação, com desejo de vitória, numa hora acontece, numa hora vem e é só acreditar, que numa hora você chega lá”.
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Fotos da entrevista por: BETÂNIA BELLIE; 
foto com Isabelle Drummond, DIVULGAÇÃO. 

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