.

domingo, 12 de abril de 2009

DE JOVEM PARA JOVENS

Ele, Humano que é, busca priorizar
a arte e a integridade humana

“Ao jovem o que é do jovem!” . É o que, muitíssimo bem, faz o jovem ator e produtor ALEXANDRE CONTINI, pois, aceitando o convite da atriz e produtora Caroline Shehtman, fez bonito: fundou, com a amiga e sócia, a conceituada RY PRODUÇÕES. A produtora jovem, além de já ter grandes trabalhos às mãos, negocia parceria em alguns longas-metragens; quanto ao Alexandre, em 2008 o ator esteve na novela Duas Caras, fez uma participação na Ópera Nabuco, em São Paulo, dirigida por Iacov Hilliel, interpretou Cazuza, em homenagem ao cantor, ao lado do "Cartola", pela Nextel no M.A.M carioca, dirigido por Daniel Herz. Esteve ainda, em dezembro do ano passado, em dois experimentos do mesmo Daniel: O Decote e Romeu e Isolda, na Casa de Cultura Laura Alvin.
Com a cabeça fervilhando de talento, ideias e realizações, Contini nos deu esta EXCLUSIVA ENTREVISTA, que vai cativar você pela sapiência e descontração!

Como você se define?
Sou simples como a vida, lógico como física, incondicional como o amor de mãe e intenso como o olhar de uma criança descobrindo o mundo (Risos.). Quanta coisa, né? Na verdade, sou um ser em evolução, vivendo o agora. Acredito que a vida é como um palco gigante, chamado Terra, temos que nos relacionar com vários outros personagens, numa trama escrita por um dramaturgo chamado Deus, mas Ele escreve em tempo real, de acordo com nossos sentimentos, pensamentos e decisões. Por isso, acredito que, para sairmos vitoriosos deste PALCO GIGANTE, devemos, pelo menos, questionar nossa função nessa trama. O que estamos fazendo na Terra, somos meros figurantes? Participações especiais? Protagonistas? Cabe a cada um conquistar o seu espaço, e tem espaço pra todos, pois o Autor da Vida é o ser mais generoso que existe.

E o Alexandre ator, produtor e diretor, como é?

Apaixonado. Atuar é um mergulho para dentro, é como se abrisse um baú de ideias, de sentimentos, de vibrações para cada personagem. Tento viver todas as fases de um processo; quando estava ensaiando “O Decote”, era uma fase complicada, aquela em que o personagem sai do plano mental e tem que ganhar corpo, respiração, voz, cheiro, etc. Mesmo sendo seguro, pinta sempre aquela pulga atrás da orelha, “será que esse é o caminho certo?” Como produtor, é mais simples, tem que deixar o romantismo de lado e ser mais objetivo, fazer a coisa acontecer no prazo que lhe foi dado. Às vezes, dizer adeus a algumas noites de sono (Risos). Como diretor, ainda estou me descobrindo, há uma jornada antes de me firmar. Ando me surpreendendo com o Alê roteirista; é a mesma paixão de atuar, só que com uma vantagem, sem limitações físicas, no papel vale tudo.

O que é a RY PRODUÇÕES, exatamente?
É o que viabiliza realizar meus projetos. Eu e Caroline Shehtman montamos essa produtora com o intuito de mudar a visão dos jovens no mercado, estávamos cansados de ver o jovem no cinema, no teatro e na TV sendo rotulados: se você é rebelde, usa roupa preta; se é o mocinho, usa branco; se é gordinho, usa colorido. O jovem tem alma, diferenças, no mesmo dia ele pode ser rebelde na escola e extremamente carinhoso com seus avós. A Ry foi feita para nos comunicarmos de jovem para jovem, mas, devido aos grandes projetos que acabamos realizando, a Ry se tornou uma Produtora de Jovens que falam para o Mundo.

No final de 2008 você esteve na Europa. O que isso tem a ver com o filme referente ao Caetano Veloso?
Tem tudo. Fomos captar para a pós-produção do filme “Coração Vagabundo”, dirigido por Fernando Andrade. A convite do Fernando, fomos ao Festival de Cinema em Roma, onde o filme foi exibido e aplaudido dois minutos pela plateia, de pé. Em breve, ele será lançado no Brasil e será um sucesso, vamos ver um outro lado do Caetano sendo contado por um diretor jovem, romântico, que consegue ser objetivo e, ao mesmo tempo, poético.

Atual paixão?
Se fosse um tempinho atrás, falaria o Palmeiras, mas ele acabou perdendo pro Flamengo e dando adeus ao título brasileiro (Risos.). Então, acho que minha atual paixão é estudar a mente humana, um pouco de física quântica, energia cósmica, numerologia, religiões, etc.

Cazuza também é uma paixão?
Sem dúvida, pretendo montá-lo nos palcos.

Uma atuação sua marcante!
Serginho, de “Toda Nudez Será Castigada”.

Ao que gosta de assistir na TV e ao que nunca assistiria?
Adoro os seriados americanos “Prision Break” e “Lost”. Via muito a novela “A Favorita” também. Nunca é difícil falar, pois assisto a tudo, mas não gosto de sensacionalismo, tipo programa que exibe uma personalidade e convidados ficam julgando suas atitudes.

Melhor novela e atores?

“Quatro por Quatro”. Foi vendo ela que decidi que queria ser ator. Tinha 10 anos. Atores, Murilo Benício e Sean Penn, adoro atores de composição. Claudia Abreu e Hilary Swank.

Vilã(o) marcante?
Maria Altiva – Eva Wilma, em “A Indomada”.

Com quem gostaria de contracenar?
Tony Ramos.

Qual papel gostaria de interpretar?
Marco Antônio, da peça “Antônio e Cleópatra”, de Shakespeare.

Se não fosse ator, seria...?
Frustrado (Risos.).

Filme e escritor prediletos, bem como música?“Matrix”. Gosto de ler Osho. Música, “Aqui” – Antônio Villeroy.

Cantor e cantora favoritos?
Adriana Calcanhotto e, pra não ser nada óbvio, Cazuza (Risos.).

Prato predileto?
Feijoada.

Hobby e um vexame:
Fazer festas para amigos é o hobby. Vexame: uma vez, fui convidado a atuar em um evento e não sabia o que era pra fazer. Quando cheguei, tive que ficar vestido de privada, dançando “New York, New York”, do Sinatra, na porta de uma loja (Risos.).

Ser ator significa...?

Mudar a consciência de vida, ver o mundo por outra ótica, fazer a diferença na sua vida, na dos outros, ter cuidado com o humano, respeitando seus limites; é ter paciência e se preparar para o futuro, fazer o seu trabalho ser sagrado, afinal seu material de trabalho é sua voz, seu corpo, sua energia, sua mente... Ser ator é amar a vida.

Enfim, uma mensagem aos seus fãs e aos nossos leitores!
Todas as religiões pregam as mesmas coisas com palavras diferentes. No meio de tantas parábolas e metáforas, sempre surgem os mesmos seguimentos de palavras: VERDADE, FÉ e AMOR, ou CONFIANÇA, SINCERIDADE e PAIXÃO. Por isso, tento viver a vida seguindo esses preceitos; quando consigo, deixo de correr atrás da vida e a vida vem até mim. Ame a vida, que a vida te amará.

O ator moderno tem que se produzir, para não ficar dependendo de emissoras e outras produtoras, o ator moderno se produz e tem sempre emprego. Se quero fazer um Nélson Rodrigues, um Pirandello, um longa, basta eu me produzir.” (Alexandre Contini)


Outros textos meus, no Caderno R Mulher:
http://www.cadernor.com.br/mulher/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=44&Itemid=192

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home